Fui fisgada pela narrativa de "Melhor do Que nos Filmes" logo nas primeiras páginas. O young adult sobre dois adolescentes que são vizinhos há anos e que adoram implicar um com o outro, mas que acabam se apaixonando quando ele resolve ajudá-la a conquistar o novo garoto do colégio, tem a receita perfeita dos romances clichês: relacionamento falso, dois protagonistas totalmente opostos e que se odeiam, uma trilha sonora incrível e milhares de referências a filmes de romance famosos.
Não é atoa que o livro se tornou um grande sucesso no Tik Tok, e ganhou um espaço na minha lista de livros favoritos e também no meu coração. É por isso que as expectativas para sua continuação, "Não É Como Nos Filmes", eram altíssimas. Mas as coisas ficaram estranhas assim que a premissa da história foi divulgada.
Apesar do final feliz do primeiro livro, esse novo se passaria 2 anos após os acontecimentos dele, e Wes e Liz, o casal protagonista, estariam separados.
Intrigada, resolvi iniciar a leitura poucos dias após o lançamento da versão traduzida para o português.
Dessa vez com capítulos alternados entre os dois protagonistas, o leitor vai navegando através do passado e presente para tentar entender o que aconteceu entre os dois e se eles vão conseguir superar as diferenças e dificuldades para reencontrarem os sentimentos que há muito deixaram.
E e aí que os problemas começam. Depois de tudo o que passou (e você vai ter que ler o livro para entender do que estou falando), Wes ficou determinado a voltar para a universidade e conquistar a Liz. De uma forma totalmente obsessiva e preocupante, somos obrigados a vê-lo praticamente rastejar e implorar que ela o perdoe e o aceite, mas de uma forma nada romântica.
Já Liz, perdeu totalmente sua personalidade construída no primeiro livro. Agora ela é "parte da turma dos garotos", assiste baseball na televisão, odeia qualquer coisa relacionada à romance e não temos muitos vislumbres da Pequena Liz que conhecíamos.
É claro que, passados 2 anos e todo o trauma enfrentado, era óbvio que Wes e Liz não seriam os mesmos. Mas a situação aqui é totalmente o oposto: não dá para extrair nada da narrativa que lembre ou até mesmo remonte ao casal que conhecemos e acompanhamos.
Sem falar que até 70% da leitura os dois estavam brigando, discutindo, remoendo o passado e muito longe de se resolverem. Em um livro de 416 páginas, daria para construir muita coisa. O romance ficou em último plano, e em diversos capítulos senti que a narrativa não saia do lugar.
Diante disso tudo, surge um questionamento: será que todo livro precisa mesmo de uma continuação? Porque a história de Wes e Liz não parou apenas em "Melhor do Que Nos Filmes?"
Existem livros incríveis com apenas um volume e que resolveram muito bem todas as pontas soltas.
Até porque após seu lançamento, a autora lançou diversos contos únicos sobre momentos diferentes (antes, durante e depois da história), e poderia muito bem ter lançado mais um contando sobre eles na faculdade. Para mim, não fez sentido nenhum separá-los e criar todo um drama em torno disso, sem resolver as coisas de forma definitiva (até porque muitas pontas ficaram soltas) e de forma apressada, sem o devido desenvolvimento que esses dois mereciam.
"Não É Como Nos Filmes' não teve o mesmo brilho e impacto de seu antecessor. Mas o defeito principal foi a falta de romance! Apesar dos seus evidentes defeitos, tiveram alguns pontos positivos que subiram um pouco minha nota da avaliação final. Entre eles, relembrar os personagens que tanto amamos no primeiro livro, e conhecer os novos. Confesso que estou na expectativa para que a autora lance um romance sobre o Clark e a Sarah! Mas que, por favor, seja apenas um livro único...
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