Resenha: Morando com um vampiro - Jenna Levine

Título do livro: Morando com um vampiro

Autor(a): Jenna Levine

Número de páginas: 304

Editora: Intrínseca

Sinopse: Artista excêntrica e vampiro do século XVIII passam a dividir apartamento em nova comédia romântica paranormal

Cassie Greenberg é apaixonada por arte, mas está difícil pagar as contas sendo artista. Prestes a ser expulsa de seu atual apartamento, ela precisa encontrar um lugar barato o mais rápido possível. No entanto, quando se depara com um quarto para alugar em uma localização incrível e por um valor baixíssimo, Cassie fica ao mesmo tempo empolgada e receosa ― afinal, por aquele preço, parece bom demais para ser verdade.

Desesperada, ela concorda em morar com Frederick J. Fitzwilliam, o dono do apartamento ― e um sujeito bastante incomum. Ele dorme o dia todo, passa a noite fora e fala como se tivesse saído de um romance de época. Por outro lado… também deixa bilhetes fofinhos para Cassie, se importa cada dia mais com seus projetos artísticos e a trata muito, muito bem. Além de não ficar nada mal sem camisa, diga-se de passagem.

Mas quando Cassie acaba encontrando bolsas de sangue na geladeira, Frederick precisa abrir o jogo: o novo colega de apartamento dela é um vampiro. E tem uma proposta para lhe fazer.

Recheado de referências divertidas à cultura pop e com uma química de tirar o fôlego entre os protagonistas, Morando com um vampiro é uma comédia romântica divertida e cativante que vai conquistar os fãs do gênero.

Resenha: Cassie é uma artista de 32 anos que está enfrentando grandes problemas na sua vida pessoal e profissional. Além de não conseguir encontrar um emprego decente em sua área que pague suas contas e a faça se sentir realizada, ela também acabou de ser despejada de seu apartamento e precisa urgente achar um novo lugar para ficar.

 É por isso que, quando ela encontra um anúncio de um apartamento localizado numa área nobre de Chicago por um aluguel extremamente barato, é difícil não se sentir tentada. Mas a situação toda é tão esquisita, que ela não consegue se livrar da sensação de que algo está profundamente errado.

"Qualquer coisa que pareça boa demais para ser verdade em geral é mesmo."

 Mesmo assim, ela dá o braço a torcer e resolve fazer uma visita ao lugar, sem qualquer compromisso. E apesar da decoração do apartamento ser antiquada e estranha, e Frederik, o homem que publicou o anúncio, ter um estilo diferente de se vestir, ela não consegue deixar de achá-lo extremamente bonito e nada perigoso. Logo, ela faz suas malas e se prepara para a mudança.

 Com o passar dos dias, Cassie vai estranhando cada vez mais o comportamento taciturno de seu colega de apartamento, na mesma medida em que eles vão se aproximando. Quando ela descobre o grande segredo de Frederick e todas as suas motivações para mantê-lo, ela resolve ajudá-lo em sua missão. Mas tem certas pessoas que não vão ficar nada felizes com isso e vão fazer de tudo para atrapalhá-los.

"Hesitei. Tentar encontrar outro lugar onde morar com certeza era a melhor coisa a fazer. Seria o que uma pessoa racional e equilibrada que havia acabado de descobrir que estava dividindo aprtamento com um vampiro gato faria.

Mas nunca tinham me acusado de ser racional ou equilibrada."

 A premissa de "Morando com um vampiro" além de chamativa, me fez criar grandes expectativas durante a leitura que infelizmente não foram correspondidas. Até metade do livro eu estava gostando da construção da amizade de Cassie e Frederik, e achava uma graça cada momento dos dois juntos: os bilhetinhos deixados na mesa da cozinha, as confusões dele com o mundo moderno...

 Só que depois da descoberta de Cassie que Frederick é um vampiro, senti que a narrativa desandou. Não houve um aprofundamento na história dele e nem na relação dos dois. Tudo aconteceu muito rápido, sem qualquer explicação e ficaram muitas pontas soltas. Foi difícil acreditar que da relação dos protagonistas surgiu um sentimento como o amor, quando na verdade tudo pareceu mera atração física. 

" - Não sou nem um pouco especial.

Ele franziu a testa. Algo no que eu havia falado o incomodava, embora eu não conseguisse imaginar o quê.

 - Na última quinzena, descobri que, nesta cidade de milhões, você é única."

 

 Além disso, a Cassie como protagonista é bem bobinha. Suas atitudes não condizem com as de uma mulher de 32 anos e na maior parte do tempo ela parecia uma adolescente. Toda hora ela fazia questão de ressaltar o quanto ela achava Frederik bonito e atraente, mas só. O crescimento pessoal dela foi mínimo e apesar de toda a história girar em torno do vampiro, não deu para conhecê-lo a fundo. Não sabemos sua história, como foi sua transformação, de onde surgiram seus inimigos... 

 Mas o que mais me decepcionou foi a resolução do grande conflito apresentado. Quando escolhi ler "Morando com um vampiro", sabia que encontraria uma leitura mais levinha e sem qualquer compromisso com a realidade, já que vampiros nem existem, mas não esperava que a narrativa terminaria de forma tão apressada e sem apresentar um final redondinho, além do plot extremamente bobo.

"Ao mesmo tempo, uma parte de mim se perguntava se me apaixonar por Frederick seria tão ruim assim. Claro, ele se alimentava de sangue, era centenas de anos mais velho que eu e imortal. Só que Frederick estava se saindo muito bem com relação a sua promessa de nunca se alimentar na minha frente. E eu já havia saído com caras que tinham problemas muito maiores que imortalidade."

 Em resumo, o romance, que é o principal, não me convenceu e nem me encantou. Talvez se autora tivesse escrito mais algumas páginas ou utilizado mais clichês do gênero sobrenatural, a história tomaria um rumo diferente. Ou talvez se eu tivesse criado menos expectativas, não teria me decepcionado tanto. Talvez num futuro próximo haja uma continuação para a história que traga as explicações necessárias, mas pelo menos no momento, não me sinto tentada a lê-la e nem a dar uma nova chance à Cassie e Frederick.