Resenha: As 220 Mortes de Laura Lins - Rafael Weschenfelder

Título do livro: As 220 Mortes de Laura Lins

Autor(a): Rafael Weschenfelder

Editora: Independente

Número de páginas: 53

Está disponível no Kindle Unlimited? Sim!

Sinopse: Já imaginou ver sua melhor amiga morrer na sua frente 220 vezes e não conseguir salvá-la? Daniel também não… Claro, até se descobrir preso num loop temporal que se reinicia toda vez que Laura é atropelada, baleada ou esmagada por uma árvore. Desesperado, ele se lança numa jornada perigosa, acreditando que, se mantiver Laura a salvo dos acidentes até o dia seguinte, quebrará a maldição. Mas o preço para se libertar pode ser mais caro do que Daniel imagina. Estaria ele disposto a pagá-lo?

Resenha:  Seja pelo hype ou pela sinopse, o conto de Rafael chamou minha atenção desde que soube de sua existência, e estava na minha TBR há tempos para ser lido.

 Daniel, conhecido como Dan, está vivendo um pesadelo. Literalmente. Acontece que todos os dias ele vê sua melhor amiga, Laura, morrer de diferentes formas na sua frente e não há nada que ele possa fazer para salvá-la. Todos os dias a história se repete, e ele precisa encontrar um meio de sair desse loop. Mas as coisas não são tão simples quanto parecem, e ele está prestes a descobrir o porquê...

"Meus olhos ardem, mas os abro mesmo assim. Três homens se esforçam para erguer a árvore. Mais dois chegam. A cabeça de Laura está grudada no chão, não vejo seu corpo."

 O plot principal de "As 220 Mortes de Laura Lins" é bem criativo. Eu, pelo menos, nunca li e nem vi nada parecido antes. O autor não precisou utilizar muitos artifícios para criar o drama e o mistério que a narrativa pede, fazendo o leitor ficar preso até a última página e torcer para que, enfim, tudo se resolva. 

 Entretanto, achei que faltaram algumas páginas para que o conto atingisse seu potencial máximo. Algumas coisas ficaram mal explicadas e encontrei alguns furos, que talvez com um pouco mais de desenvolvimento, pudessem ser resolvidos. Principalmente no que diz respeito aos personagens, como por exemplo o comportamento de Daniel com a Laura, que algumas vezes me pareceu meio stalker e psicopata, mas isso foi deixado de lado. 

"Digamos que Laura desenhava tão bem que fazia o resto de nós parecer neandertais rabiscando as paredes de uma caverna. E, cara, eu me amarrava na arte dela! [...]"

  A leitura abre espaço para muitas teorias (até mesmo depois do término dela), e foi o que eu mais fiz durante os momentos de tensão. E olha que são muitos! Até hoje sinto arrepios quando penso nas cenas do homem de casaco verde! É trauma atrás de trauma haha. 

 Meu primeiro contato com a escrita do autor foi bem agridoce: se por um lado gostei da maneira como ele escreveu a narrativa, dos plot twists e da criatividade da história, por outro achei que faltou explicar alguns pontos cruciais e não curti tanto (leia-se nada) o desfecho. Foi uma experiência literária interessante, mas que não repetiria e que só recomendo para aqueles que tem coragem, e gostam de histórias que explodem sua cabeça ao final.

"Hoje, no 220, estou cansado. Não fisicamente, claro. Nesse jogo, é a mente que fica com as cicatrizes mais profundas."

Observação: É mais perturbador do que parece, ler uma história onde a protagonista têm o mesmo nome que o seu e morre 220 vezes haha.